sábado, 21 de agosto de 2010

A Morte Pede - Capítulo 2

Por Jack Fey

Como prometido, hoje trago o segundo capítulo de "A Morte Pede". Antecipei para o sábado, pois ficará melhor para realizar a postagem. Domingo geralmente é conturbado e tenho sempre a madrugada da sexta-feira, para realizar a postagem

Capítulo 2 - O Despertar de Um Desejo


- Aqui está bom - Disse a garota enquanto beijava loucamene o rapaz.
Eram um pouco desasjeitados, mas na idade em que estavam, faziam tudo isso às escondidas, para que não fossem pegos. Os dentes batiam um no outro e tudo era um concerto desconcertado.
Com o tempo regulado, minutos depois, sairam dos arbustros e voltaram para o meio da multidão que ensaiava uma peça. Ele, Pearl, era o protagonista. O minuto que sumira causou uma inquietação na organizadora.
- Onde esteve - Esbravejou ela.
- Bom senhora, eu... Eu avistei um amigo ali - E apontou para uma direção qualquer- então, como as regras de uma boa educação pedem, fui até lá cumprimentá-lo.
- Ok, ok. Agora mexam-se, vamos ensaiar.
Obviamente que Pearl se encontrara com a garota em várias outras ocasiões. Mas convenhamos, fora apenas a primeira vez que a boca de Pearl tocara outra. Ele não se prenderia a ela. Os tempos já eram outros.
Entre paixões confundidas com amores e amores que nunca aconteceram ou que foram frustados Pearl seguiu o rumo da sua vida. Fora difícil para ele crescer longe de seu falecido pai. Aprender a ser um homem sem ninguém para se espelhar. Dias difíceis aqueles.
Quando o pai deveria ir na escola, era a mãe de Pearl quem aparecia. Uma amiga dele, achara estranho, pois para ela, alguém não poderia perder os pais tão cedo. Mas aconteceu. Doce ingenuidade.
Pearl superou todos os obstáculos e cresceu com seus valores e princípios inquebráveis. Herdados do pai, convenhamos. A razão é fonte inquietadora de seus gestos e jamais um ser humano o fez desviar do caminho que traçara pra si, embora muitas vezes ele tenha caído em "teias" que tentaram sucumbir a uma religião, a uma crença, a um caminho rico. Pearl jamais se desviou do que acreditava ser a vida.
Mas Pearl jamais encontrara o que era o ponto de chegada. O lugar onde colocaria todos os seus planos a valer e construiria ali, a vida que sempre sonhara. Pearl jamais encontrara um amor.
Por ter seu coração quebrado centenas de vezes, o jovem começou a desacreditar que tal sentimento existisse. Hoje ele está na beirada do túmulo do pai. À meia noite... Chorando.

- É meu pai. Foram dias difíceis. Meus problemas começaram e hoje estou sem nada. Claro que tenho o conforto da minha casa, que consegui com seu suor, e tudo hoje devo a você. Mas algo misterioso tocou-me, e aqui estou para me redimir e lhe desculpar, para que o senhor descanse em paz.
A chuva continuava a arrebatar minhas costas. Deitei com a cabeça sobre o túmulo do meu antecessor.
- Sabe, nada tem sido muito gentil comigo. Até agora. Pensei em seguir seus passos, assim como você um dia quis, mas não creio que tenhas morrido por acaso. Tão logo, não creio que eu esteja aqui pra fazer o mesmo que você, devo fazer a diferença. E a Morte pede. Ela pede para me levar embora. Talvez seja eu quem pede.
Suspirei por alguns minutos. As gotas de chuva caindo sobre minha face.
- Meu pai. Aquilo que começou à anos atrás, aquele beijo inocente, me fez querer o amor eterno. Não o encontro. Estou aqui face a morte, pedindo sua ajuda, para que eu encontre uma maneira de viver. Me ajude de alguma maneira!
Então, vi uma sombra se aproximar, levantei a cabeça e olhei rapidamente. Meu estômago afundou. Não poderia ser... Não ele...

Continua no próximo sábado!

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Assim disse Jack Fey...

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