Salut amis!
O mais novo piloto da Renault é um Russo de 25 anos. O companheiro de Kubica nessa temporada de 2010 parece que não leva em conta a falta de tradição de que seu país de origem tem em relação à F-1.
Confira a reportagem do Estadão abaixo:
Quem é:
Vitaly Petrov, 25 anos
É um piloto recém-chegado à Fórmula 1, que nasceu em Vyborg, Rússia, em 8 de setembro de 1984. Em 2001, estreou na Copa Lada, competição interna. Em 2003, foi para a Fórmula Renault Italiana. Seu auge ocorreu na GP2, para onde foi em 2007 e, no ano passado, acabou como vice-campeão.
Fossem outros os tempos, "os bons tempos", como diriam os comunistas mais radicais, a sorte de Vitaly Petrov, russo, de 25 anos, estava selada. Para um desertor só há uma saída: a pena capital. Petrov é agora piloto de Fórmula 1. Até já treinou em Valência, quarta-feira, por sua equipe, a Renault. E nada é mais representativo para expressar o capitalismo, tão execrado na pátria de Petrov até há duas décadas, senão o conceito básico da Fórmula 1: quem tem dinheiro se estabelece; quem não tem vai andar de Lada, o espartano carro russo.
"Felizmente o mundo mudou, está bem melhor agora", diz o sempre sorridente "primeiro piloto russo na Fórmula 1", vice campeão da GP2, a ante-sala da Fórmula 1. Repetiu algumas vezes nessa conversa exclusiva com o Estado ser, agora, "um piloto de Fórmula 1, o primeiro da Rússia". Não por acaso, foi acelerando o Lada do pai em que Petrov, em Vyburg, na Rússia, demonstrou habilidade e, depois, interesse pela carreira de piloto de corrida. "Não havia outra opção, no meu país não há kartódromos, autódromos. Espero que agora, depois de ter um piloto na Fórmula 1, comecem a trabalhar para desenvolvermos o esporte a motor", afirma Petrov. Mais: "Tenho certeza de que agora a Rússia fará parte do calendário da Fórmula 1." Bernie Ecclestone, promotor do Mundial, há muito deseja levar o evento para lá.
É um contrassenso: a Rússia teve durante décadas tecnologia para enfrentar os norte-americanos, e em algumas áreas os superava, como na capacidade dos submarinos atômicos, tão letais, de navegar em águas profundas. Mas não tem automobilismo interno até hoje, após o fim do comunismo. "O problema é de falta de interesse", explica Petrov. Mas agora que se tornou piloto de F-1 poderá servir de estímulo e exemplo na sua pátria, lembra.
A notícia ganhou tamanha dimensão na Rússia que "o primeiro piloto russo na F-1" terá uma audiência com o primeiro ministro Vladimir Putin, emérito judoca, antes mesmo de estrear na competição. "Eu o verei, sim", confirma Petrov, já merecedor do tratamento de celebridade. O simpático piloto ri. "Existe uma expectativa enorme na Rússia, agora, por eu ser um piloto de Fórmula 1. Se bem que em minha cidade o carinho dos torcedores com o vice na GP2 já foi grande." Boa parte dos 120 milhões de russos vão assistir às transmissões da Fórmula 1 pela TV agora.
O número de jornalistas presentes no circuito Ricardo Tormo, quarta-feira, para cobrir o primeiro treino de Petrov na Renault chamou a atenção. Até as redes de TV não-credenciadas foram a Valência e se mantiveram do lado de fora do autódromo para entrevistar Petrov. Solícito, atendeu todos. E depois requisitaram licença à assessoria da Renault para gravar imagens do "primeiro piloto russo da Fórmula 1" na cidade espanhola. Por um motivo simples: "Eu moro aqui", conta Petrov.
Em inglês e até nos ensaios de espanhol que realizou, Petrov fez sempre questão de desmentir a informação que circulou como verdadeira: "Não há investimento do governo russo na minha contratação pela Renault. Alguém viu patrocinador russo no carro? E estou, sim, atrás de patrocinadores, se vocês souberem de alguém?"
E afirma algo surpreendente: "Meu pai fez um grande empréstimo bancário para eu poder correr." Comentava-se em Valência que Petrov levará à equipe, até o fim da temporada, 10 milhões. Assunto proibido, claro, na conversa. "Não sou o primeiro caso. O inglês Justin Wilson fez o mesmo." Wilson é piloto da Fórmula Indy há anos, pagou o empréstimo e até conseguiu acumular seu capital. O Estado lembra a Petrov que Niki Lauda, em 1971, fez da mesma forma empréstimo para custear a carreira. Viria a conquistar três títulos mundiais na F-1. "Tomara eu consiga o meu." Se depender de dedicação, Petrov já pode se considerar um vencedor. "Aqui até meu celular fica desligado. Se eu não colocar 100% da minha energia para aprender, não farei um grande trabalho."
O QUE ELE DISSE
Vitaly Petrov - piloto da Renault
"Não havia outra opção, no meu país não há kartódromos, autódromos. Espero que agora, depois de ter um piloto na Fórmula 1, comecem a trabalhar para desenvolvermos o esporte a motor"
"Tenho certeza de que a partir de agora a Rússia fará parte do calendário da Fórmula 1"
"Existe uma expectativa enorme na Rússia, agora, por eu ser um piloto de Fórmula 1. Se bem que em minha cidade (Vyborg) o carinho dos torcedores com o vice na GP2 já foi grande"
"Meu pai fez um grande empréstimo bancário para eu poder correr"
--> É Petrov poderia ser ídolo de toda Rússia. Quem sabe a Renault não está melhor que no ano passado um pouco mais para que ele tenha um destaque ou outro durante a temporada? Se bem que com Kubica como companheiro... Sorte à Petrov! ^^
Au revoir!
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